24/11/2011

Quando e por quê cultura e política se encontram?


Na terça-feira, 22 de novembro, a Casa dos Conselhos recebeu o debate sobre “Políticas Culturais Contemporaneas”, dentro da programação do V Encontro Novas Tendências, com a presença de André Azevedo Fonseca, Coordenador do Curso de Comunicação Social da Universidade de Uberaba (Uniube), Wellington Zuzu, Diretor de Relações Institucionais da Fundação Cultural de Uberaba, e mediação de Tassio Lopes, da Casa Fora do Eixo Belo Horizonte.
André foi o primeiro a falar, iniciando seu raciocínio a partir da frase: “o mundo não tem sentido a priori”. Ou seja, o homem significa o mundo e tem na cultura o mecanismo destas codificações. Ou seja, o debate cultural vai para além do caráter estético e é um campo de disputa simbólica. Ou seja, intrisecamente cultura e política são temáticas transversais.
Zuzu falou em suguida, trazendo um histórico do trato das políticas culturais no Brasil, que deixaram de ter caráter de “ornamento” governamental a partir das gestões de Gilberto Gil e Juca Ferreira à frente do Ministério da Cultura, a partir de 2003. Zuzu complementou o conceito de cultura como sendo algo essencialmente comportamental e, por isso, compreendido, além das artes, pela economia e formas de se exercer cidadania.
Em suma, o debate provocou uma reflexão, tanto nos componentes da mesa, quanto no público presente, sobre a necessidade de uma ampliação do entendimento sobre o que é cultura. Por tangenciar comportamentos, cidadania, expressões e moldar identidades(s) de em sociedade, deve ser uma temática estretégica nas políticas públicas. Para isso, tais políticas devem ter foco não só no artista ou produtor cultural, mas sim em todo cidadão.

Mais do que uma pauta de uma cadeia produtiva específica, é assunto relevante à constituição da identidade de um povo e não pode ser tratada como mera “cereja de bolo”, com míseros os 0,22% do orçamento da União que lhe é destinado sendo distribuídos por meio da “política do balcão”, pouco estruturante e nada democrática. E, se a cultura é constituída e relevante a todo cidadão, deve estar no centro do debate das políticas públicas que norteiam um modelo de país.

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